25 de dezembro de 2016

Agostinho da Silva e a Galiza



A visão agostiniana da Galiza emerge no âmbito da sua reflexão
sobre Portugal, sobre o seu sentido histórico. Desenvolveu 
Agostinho da Silva essa reflexão em diversas obras, desde 
logo, na sua Reflexão à Margem da Literatura Portuguesa
obra publicada no Brasil, em 1957. Nessa obra, logo no 
primeiro capítulo, Portugal e Galiza aparecem a par,
 “como dois noivos que a vida separou”. Separação que 
Agostinho lamenta, por Portugal sobretudo, dado que, 
como nos diz, se ela não tivesse ocorrido, “talvez o ouro da
 Índia e Brasil tivesse dado maior proveito e se não tivesse, em plena época de afluxo de riquezas, 
de fazer aportar ao Tejo frotas de cereal e pão”.

Separado da Galiza, Portugal perdeu pois, à luz desta visão, as suas raízes mais profundas, 
o seu Norte. Eis, dir-se-ia, o “pecado original” da formação de Portugal e das futuras 
Descobertas. Nesta visão da História, não é, contudo, essa separação, essa cisão, um 
horizonte inultrapassável. Eis o que o próprio Agostinho da Silva, de resto, nos havia já 
antecipado no seguimento da passagem da sua Reflexão à 
Margem da Literatura Portuguesa que há pouco transcrevemos, essa 
em que lamentava a nossa separação, a nossa cisão, com a Galiza – como aí escreveu:
“Mas tempo vem atrás de tempo; se há ‘talvez’ para o passado da História, há ‘talvez’
igualmente para o futuro da História; pode ser que um dia a reintegração da Península 
em si mesma, na sua liberdade essencial, se faça através da reunião de Portugal e da Galiza. 
Dos dois noivos que a vida separou.”.

Talvez que, contudo, sob uma perspectiva outra, essa separação, essa cisão, tenha sido 
historicamente necessária. Eis o que, pelo menos, o que o autor de 
Reflexão à Margem da Literatura Portuguesa sugere numa outra sua obra 
– Um Fernando Pessoa, publicada dois anos depois, em 1959 –, quando aí 
desenvolve uma visão triádica de Portugal, à luz da qual “o primeiro Portugal foi 
– nas suas palavras – o Portugal da velha unidade galaico-portuguesa, o Portugal
lírico e guerreiro das antigas de amigo e das velhas trovas do cancioneiro popular; 
nele estiveram – como acrescenta ainda – as raízes mais profundas da nacionalidade 
e nele sempre residiram as inabaláveis bases daquele religioso amor da liberdade 
que caracteriza Portugal como grei política”.

Para que Portugal pudesse barcar, talvez que, contudo, tivesse que se cindir da sua arca... 
Eis, com efeito, o que, no seguimento desta passagem, Agostinho da Silva implícita 
senão mesmo expressamente defende ao afirmar que esse “Portugal da velha 
unidade galaico-portuguesa” era “demasiado rígido para as aventuras da miscigenação, 
da tessitura económica e do nomadismo que não reconheceria limites”. A ser assim, 
essa cisão foi, pois, genesíaca – dado que dela resultou toda a demanda das 
Descobertas! Poderia, como expressamente salvaguarda o próprio Agostinho da Silva, 
no segundo capítulo da sua Reflexão à Margem da Literatura Portuguesa
não ter sido assim – nas suas palavras: “O Português podia ter resistido ao 
apelo do longe, Portugal podia ter-se recusado à acção.”. Contudo, como se 
questiona ainda o próprio Agostinho da Silva: “…se Portugal não tivesse 
embarcado, quem teria embarcado?”.

Renato Epifânio

9 de dezembro de 2016

  "Aspecto Interior do Sacrifício"  (excerto)                               por Agostinho da Silva 


[...] “O desprender-se da segurança e da comodidade, o mergulhar na incerteza e na dura restrição só para continuar fiel às bases em que assentou o pensamento e se quis fundamentar toda a vida é já a certeza, para aquele que verdadeiramente serve o espírito, de que segue o bom caminho, de que a sua posição adversa à grande massa é ainda aristocrática, isolada, como é preciso que seja. O cumprimento do dever, quando se não chama dever a uma imposição feita de fora, mas a uma aspiração sempre mais larga à posse de todo o mundo racional, jamais poderá ser olhado como um sacrifício que exige recompensa; antes me parece que uma tal oportunidade de ter experimentado as suas forças e vencido mais um grau na imensa e bela subida para o Ser apenas deveria provocar, nas relações com os outros, uma gratidão sincera e sólida por todo o conjunto de circunstâncias que permitiu o provar e ascender. [...]
   Há, no entanto, um outro aspecto que sobreleva em significação universal esta fidelidade de indivíduo a si próprio; o domínio do impulso dos sentimentos pelo calmo giro da razão é um esforço que leva o mundo para Deus, como as pancadas dos remos fazem deslizar o barco sobre as águas; no bom remador nenhum movimento é inútil para que o porto se alcance; de igual modo, no que bem pensa, nenhum acto da vida se perde para a salvação da Humanidade; e mais do que todos, dão marcha vigorosa ao barco em que vogamos, os que ousaram  as mais largas remadas, os que não temeram estoirar os músculos ao serviço do bem comum. No que mais vê objecto que sujeito anda espalhado o fim último dos homens: inteligência que em si compreende amor, beleza e justiça; consagrar-lhe a vida inteira, num momento ou em anos, é repartir-se por toda a Humanidade, arder nas várias chamas que de todos os peitos se elevam para o céu, congregá-las no fogo do trabalho que transformará o universo. A esta grande missão só uma linguagem desvairada poderá chamar sacrifício, só os cegos de espírito poderão dar por companheiras a resignação e a tristeza. Os que vêem mais alto e mais claro ardentemente desejam que sobre eles recaia a escolha do Senhor; porque sabem como as almas se dilatam, como as invade, as ilumina a alegria contínua e doce, quando sentem palpitar dentro de si, correr, expandir-se o grande mar de sonhos, de visões, de caridade e aspiração de justiça, que vai rolando poderoso e magnífico no mundo.”


Agostinho da Silva, Considerações, in Textos e Ensaios Filosóficos, vol I. Lisboa, 1999, Âncora Editora, pp.97,98 (Considerações - texto publicado pelo autor, 1ªedição, Famalicão, 1944)

Enviado por Maurícia Telles

8 de dezembro de 2016

ADVENTO É O TEMPO DA CAMINHADA PARA A GRUTA DO CORAÇÃO


O Presépio é o Protótipo da Ipseidade (Eu) e de toda a Vida

Por António Justo
Advento quer dizer chegada, é o tempo de espera 
e de esperança. Liturgicamente, o tempo de espera é 
o tempo grávido que vai até ao dar à luz: o natal 
acontece hoje e sempre na gruta do coração, 
onde se dá a revelação d’Aquele que é, que era e 
que vem (Ap 1, 4-8). Ele não foi nascer no templo 
nem no parlamento, nasceu e nasce numa gruta da 
terra ainda virgem e aberta a tudo e todos, onde se 
pode encontrar pobre e rico, crente e céptico, toda a 
pessoa de boa vontade, aberta e disposta a deixar-se 
surpreender para dar oportunidade à criatividade.
A caminhada de Maria e José para Belém é o 
símbolo da caminhada histórica e mística da vida de 
cada um; é a caminhada para nós mesmos, a ida 
ao encontro do nosso centro e ao mesmo tempo o 
início e a meta de nós mesmos e do universo. 
José e Maria sabiam para onde ir, tinham um objectivo: 
Belém e dar à luz Jesus nas suas vidas e para o mundo.
O Advento é uma caminhada, um percurso com altos e 
baixos, com ventos e acalmias. Séneca dizia: 
“Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe 
para onde ir”. Todos nós andamos na barca da 
fragilidade e da insegurança mas, das velas da 
nossa vontade, depende o aproveitamento do 
vento para a levar ao trajecto do que fica e não passa.
Na gruta de Belém, longe do bulício da cidade, o 
divino infante nasceu na companhia dos animais e 
da família, onde razão e coração se encontram 
unidos, onde não há oligarquia nem tirania.
Hoje o presépio de Belém simboliza também a gruta 
do nosso coração. Se descermos os degraus da 
caverna do nosso interior, chegaremos ao íntimo do 
coração onde borbulha a água viva, tudo o que é divino 
e ultrapassa o tempo; nessa gruta, no limiar do nosso 
espírito, brota a vida e brilha a luz, o Deus menino. Vale 
a pena tentar; a vida é uma tentação contínua, toda ela 
tricotada de bem e mal numa espiral ascendente! O 
que fica e mais nos caracteriza é o caminho feito e o 
aroma do amor que o cobre.
Para se nascer e acordar para a vida não é suficiente 
ficar-se pela superfície seguindo caminhos já feitos; 
é preciso arrotear o próprio para vivermos e não sermos 
vividos. Para isso é preciso entrar-se numa gruta, lá 
onde se encontra o tesouro enterrado. Esse tesouro é 
o nosso eu no nós, a nossa ipseidade que participa da 
natureza divina, um mistério que envolve matéria e 
espírito, que une a “realidade” ao sonho, o todo e o 
particular numa relação de complementaridade. Aí 
poderemos ressurgir na criança que ao ser acariciada 
provoca em nós uma nova consciência e uma mudança 
na vida. O presépio é o protótipo da vida e da Ipseidade 
(eu integral), é a fonte do eu a brotar do nós.
Natal é a matriz (padrão) da vida individual, comunitária e 
cósmica e Advento é o tempo histórico e místico da sua 
realização. Jesus Cristo é o protótipo da realização 
pessoal, comunitária e cósmica equacionada na fórmula trinitária.

António da Cunha Duarte Justo
Teólogo
Pegadas do Espírito no Tempo, http://antonio-justo.eu/?p=3975

11 de novembro de 2016

       Assunto:  O que falta no texto? (GENIAL) 

ESTÁ MESMO GENIAL !!! SÓ COM A LÍNGUA PORTUGUESA SE PODE
 ESCREVER ASSIM ....
 
Tem  que saber ler com paciência. Óptimo exercício!
 
O que falta no texto?
 
Tente achar, antes de ver a resposta (no final)...
 
****************************** ******
 
Sem nenhum tropeço, posso escrever o que quiser sem ele, 
pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo permitindo,
 mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como 
impossível. Pode-se dizer tudo com sentido completo, como se 
isto fosse mero ovo de Colombo.
 
Desde que se tente sem se pôr inibido, pode muito bem o leitor 
empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e 
peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos 
melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento.
 
Trechos difíceis se resolvem com sinónimos. Observe-se bem: 
é certo que, em se querendo, esgrime-se sem limites com este 
divertimento instrutivo.
 
Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem 
o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, 
discorrendo livremente, por exemplo, sem o "P", "R" ou "F", 
ou o que quiser escolher. Podemos, em estilo corrente repetir
 sempre um som ou mesmo escrever sem verbos.
 
Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, 
escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro 
inteiro sobre o que o leitor melhor preferir. Porém mesmo 
sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito 
se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto 
escolhido, sem impedimentos. Deploro sempre ver moços 
deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem 
nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo 
pelo inglês. Por quê?
 
Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo, 
doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe 
de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio 
de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes 
e de condores.
 
Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, 
escritores e professores.
 
Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou 
um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos 
estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores 
de mundos novos.
 


 
Descobriu?


 
Não?


 
O texto não tem a letra  "a"   
 


Caríssimos:

Donald Trump ganhou as eleições americanas, contra quase tudo e contra quase todos.

O povo soberano decidiu. Devemos respeitar a vontade democrática dos americanos.

Não teve nunca a minha simpatia, face às suas atitudes belicosas, racistas e provocatórias.

Mas confesso que também nunca simpatizei com o "cinzentismo" de Hillary Clinton.

Espero que as relações entre Portugal e os EUA continuem e a Paz no Mundo seja mantida.

Mas, principalmente, também espero que os políticos europeus em geral e os portugueses em 

particular aprendam que manter os seus privilégios e nada fazer pelo povo pode "abrir as portas" a um

 qualquer populista...

A ver vamos.

Cordialmente,
Jorge da Paz Rodrigues

15 de junho de 2016

MILHÕES DE CASAMENTOS INFANTIS ROUBAM A DIGNIDADE E A INFÂNCIA ÀS MENINAS

Atentados contra a dignidade da mulher também em Moçambique
Em Moçambique metade das meninas realizam casamento precoce 
e 15 % delas em idade inferior a 15 anos.
Estatísticas da UNICEF relatam que em 2014 em todo o mundo 
(África, Ásia e Médio Oriente) havia mais de 700 milhões de mulheres 
casadas antes dos 18 anos e um terço delas são casadas antes dos 15. 
E todos os anos são obrigadas a casar 15 milhões de meninas, geralmente 
com homens muito mais velhos. Deste modo se impede o desenvolvimento 
humano e social e se tira a possibilidade às meninas de uma frequência 
escolar adequada e rouba-se-lhe uma infância e juventude a que teriam direito.
Discriminação por razões culturais e sociais. A família das meninas 
recebe um dote dos pais do nubente ficando, estes, muitas vezes, 
arruinados para toda a vida.
por António da Cunha Duarte  Justo

12 de junho de 2016

O DEZ DE JUNHO

O DEZ DE JUNHO tem um significado que vai ao coração de 
cada luso e comigo não poderia ser diferente. 
Hoje celebramos o Dia de Portugal e dos mais de 15 milhões de
 portuguesas e portugueses, estejam no território nacional ou fora dele. 
O dia não poderia ser melhor escolhido pois também reverencia o maior
escritor português de sempre: Camões. O Dia Nacional não celebra guerras 
nem conquistas, celebra a cultura, o idioma (como diria Fernando Pessoa, 
"minha pátria é minha língua"), a portugalidade. Assim é Portugal:
em mais de 870 anos de nacionalidade mostrou novos mundos ao mundo, 
teve períodos de glória e períodos de graves crises mas a tudo superou e, 
recentemente, mostrou que Revolução pode ser feita sem tiros mas com 
articulação e cravos. Uma pátria de sonhadores e de realizadores desses 
sonhos na e para além da Ocidental praia Lusitana. Festejemos, pois, 
não a "raça" (conceito determinista e preconceituoso) mas a etnia 
lusitana neste DEZ DE JUNHO; as portuguesas e portugueses, onde 
quer que estejam. Por fim, neste que é meu primeiro Dez de Junho 
em exercício das funções de Presidente do Conselho Permanente do 
Conselho das Comunidades Portuguesas espalhadas pelo mundo, 
agradeço e reconheço o trabalho e a importância dos outros 
64 integrantes do C.C.P., sempre atentos às nossas Comunidades. 
Também o reconhecimento à sensibilidade do Sr. Presidente da 
República Portuguesa, que quis comemorar, pela primeira vez, 
o DEZ DE JUNHO junto à Diáspora na qual, segundo suas palavras, 
"a alma é a mesma, o mérito é maior". Que as autoridades 
saibam que a portugalidade, a nacionalidade, o amor pelas 
terras lusitanas encontram-se presentes diariamente nas 
Comunidades da Diáspora e a fibra desse povo, historicamente 
voltado para o mundo, mantêm-nos atentos e animados em 
continuar na defesa intransigente das Comunidades Portuguesas, 
que merecem ser reconhecidas e dignificadas, hoje e sempre.
Por Flávio Martins.

Debate sobre “Perspetivas Económicas dos Países da CPLP”


Num debate claro, objetivo e aberto ao público, a UCCLA promoveu, no dia 31 de maio, no Coliseu do Porto, um encontro subordinado ao tema “Perspetivas Económicas dos Países da CPLP”, que reuniu especialistas das diferentes áreas em análise para responderem à situação da diversificação da economia e ao problema do fim do ciclo do petróleo.
 
Falamos a 5.ª língua do mundo, temos uma conceção tolerante e universalista e todos os nossos países têm por fronteira o mar, condições relevantes para a competitividade neste mundo global. São estas preocupações para que se encontrem as respostas para a crise que justificam o encontro.
 
O primeiro painel em debate - “Diversificação e Financiamento das Economias” - contou com a participação dos especialistas João Ferreira do Amaral (Professor Catedrático no ISEG) e Carlos Costa Pina (Administrador de empresas) e com a moderação de Luís Todo Bom (Professor universitário e gestor).
 
    
 
Para Luís Todo Bom “a diversificação das economias e o financiamento das economias é uma preocupação de todos os países da CPLP” e “é um processo que nunca termina”, dando como referência a economia portuguesa que “não é tão diversificada como nós gostaríamos, nos mercados quando exportamos, nos produtos que produzimos, nas fontes de financiamento que utilizamos. É uma economia muito mais diversificada do que uma economia angolana, mas não é suficientemente diversificada”. A diversificação da economia “é um processo que não termina”, daí termos que “festejar os pequenos sucessos e festejar as pequenas vitórias”. 
 
Face à situação económica que os países atravessam temos que ter “perseverança, persistência e resiliência e sermos capazes de festejar os sucessos e acreditar que o futuro vai ser melhor”, concluiu. 
 
   
   
 
João Ferreira do Amaral analisando a especialização das economias afirmou que esta “não muda de um dia para o outro, porque um país uma vez especializado tem tendência a manter-se nessa especialização” e representa “um pouco o inverso da diversificação, ou seja a especialização de um país é tanto mais especializado quanto maior é o tecido que produz, por setores, na sua economia”. 
 
A “dimensão económica”, os “recursos naturais”, a “integração económica” e as “condições históricas” constituem os fatores que podem “afetar a economia do país e levar a uma maior ou menor especialização” das economias, de acordo com João Ferreira do Amaral, acrescentando que “a especialização pode ser de muitas formas e devido a vários fatores”. Reportando-se ao início do século XIX, onde foram dados os primeiros passos na reflexão sobre a economia, referiu que a “teoria do comércio internacional” defendia que os “países se especializassem naquilo que podem produzir melhor, naquilo que tem mais vantagens em relação aos outros países”.
 
Para João Ferreira do Amaral, as vantagens da especialização são uma “maior eficiência económica”, os produtos exportados e a hegemonia em relação ao produto especializado, criando “um fator de desenvolvimento”. Poderá igualmente haver desvantagens como a “dualidade estratégica” em relação à “dependência de determinados produtos ou determinados mercados”.
 
Em relação à situação atual “todos os países têm problemas de especialização, consoante os casos” devido em muito à “integração da economia mundial”. Na opinião de João Ferreira do Amaral “nas circunstâncias atuais da economia mundial, torna-se cada vez mais perigoso o país se especializar demais” uma vez que a “vulnerabilidade estratégica aumenta” e “mesmo com todas as dificuldades” que daí advenham é importante “introduzir, na agenda, o fator da diversificação”.
 
Carlos Costa Pina debruçando-se sobre o financiamento das economias, fez uma apresentação dos dados mundiais. 
 
Em relação a Portugal, e no que respeita a financiamento, “há uma dependência clara na procura interna” traduzida em 99% do PIB (Produto Interno Bruto), onde “2/3 dizem respeito ao consumo privado”. A “evolução da procura externa, referente às nossas exportações, representará cerca de 40% do nosso PIB” e tem vindo a “crescer de forma significativa, e isso tem sido importante” uma vez que “foi a forma como as nossas empresas encontraram para dar resposta à contração da procura interna da nossa economia e, como consequência disso, a taxa de cobertura das nossas importações tem aumentado substancialmente, na casa dos 84, 85% atualmente, mas tem vindo a desacelerar”.
 
No que respeita ao comércio internacional há 10 anos atrás Portugal exportava “menos de 15% para fora da Europa” e, atualmente, exporta 70% para a Europa e 30% para fora da União Europeia, ou seja a “evolução, como objetivo da diversificação” tem “sido notável” refere o especialista. 
 
Respeitante a outros países, Carlos Costa Pina falou dos países de língua portuguesa. Em relação a Angola e à “centralidade do petróleo no funcionamento da economia angolana” como responsável por “95% das exportações e cerca de ¾ das receitas orçamentais do Estado” e do “reforço do papel da China como destinatário das exportações”.
 
No caso Brasileiro “a crise económica recente” teve efeitos quer ao “nível do agravamento das suas contas públicas” quer ao “nível do comércio externo”. Em relação a Cabo Verde o “que verificamos é uma importância grande de Espanha como destino das suas exportações e também o aumento, recente, do seu nível de endividamento, aqui também concentrado em empréstimos bilaterais”. No que respeita à Guiné-Bissau verifica-se “uma dependência importante dos donativos internacionais para financiamento do seu orçamento” e uma “avaliação positiva em relação à sua dívida externa”. Moçambique tem “diversificado o destino das suas exportações de mercadorias e tem também, de algum modo, resistido àquilo que é a noção da importância que os donativos têm no financiamento do seu orçamento”. Quanto a São Tomé e Príncipe verifica-se como destino de mercadorias a Bélgica e Holanda, assim como uma “importância emergente que as receitas petrolíferas começam a ter no financiamento do seu orçamento”. Em Timor-Leste verifica-se o financiamento com base em “receitas petrolíferas”. 
 
 
O segundo painel - “Economia e Geopolítica do Petróleo” - teve a participação dos especialistas Nuno Ribeiro da Silva (Professor Catedrático convidado do ISEG e PCA da Endesa), Agostinho de Miranda (Presidente da Miranda & Associados e Professor no ISCTE) e António Costa e Silva (PCE da Partex e Professor Catedrático do IST), moderado pelo Secretário-geral da UCCLA, Vitor Ramalho.
 
    
 
 
António Costa e Silva falou da situação internacional no que concerne à agenda da energia, aos fatores que estão a mudar no mundo da energia, aos preços do petróleo e às perspetivas em termos de futuro. 
 
Diversos foram os acontecimentos, ocorridos no final do primeiro semestre de 2014, que levaram a alterações na economia mundial, como o “lapso dos preços do petróleo”, alteração do “preço nas taxas de câmbio, a alteração da política monetária de alguns bancos centrais fundamentalmente da reserva federal nos Estados Unidos, grandes perturbações nos mercados, principalmente asiáticos e a crise emergente” dos exportadores. Para o especialista há uma relação “fortíssima entre o preço do dólar e do petróleo, quando um sobe, o outro desce”.
 
Dando a conhecer o percurso de pequenas e médias empresas nos Estados Unidos, a nível de tecnologia e inovação, “os Estados Unidos transformaram-se numa super potência energética, produziam 6 milhões de barris de petróleo, em 2008, e em 2014 chegavam aos 10 milhões, a competir com a Arábia Saudita”, significando que o petróleo não irá “desaparecer do sistema energético internacional” – “basta ver que nós temos um planeta que tem 7 mil milhões de pessoas hoje, uma frota automóvel que circula todos os dias, no planeta, de 800 milhões de carros”.
O consumo de energia é crucial para a vida do planeta, sendo que as “grandes tecnologias descobertas e desenvolvidas no século XX, como o motor de combustão interno, o computador, o telefone, o laser, o avião, o carro” são exemplo.
 
Em relação ao preço do petróleo, António Costa e Silva afirmou que “o preço da energia determina a nossa qualidade de vida, determina ou não o acesso a novas tecnologias e condiciona os países”.
 
  
 
 
Nuno Ribeiro da Silva deu exemplos de países que foram palco de oscilações económicas face ao impacto do petróleo e do gás, como o Canadá, Venezuela, China, Líbia, Arábia Saudita, Rússia, Europa, Estados Unidos, Irão, etc. 
 
Para o especialista há “um conjunto de fatores, que vão desde a geopolítica mundial, a aspetos políticos nacionais e regionais, a questões de mero carácter natural, a aspetos tecnológicos, a aspetos de relações entre estados, a questões impossíveis de impressionar e de prever a qualquer bola de cristal, que nos podem de facto atirar, na conjuntura, os preços para valores acima ou valores a baixo”.
 
 
Para Agostinho de Miranda com o “decréscimo de investimento, vamos ter uma tendência ascendente”, acrescentando que “o valor do barril no mercado depende muito mais dos banqueiros do que dos produtores do petróleo”.
 
O especialista deu conta da situação política e petrolífera na Arábia Saudita. 
 
Atualmente, de acordo com Agostinho de Miranda, verifica-se uma “campanha” de desinvestimento do setor petrolífero.
 
 
O encontro fechou com chave de ouro com a intervenção do ex-Presidente da República de Cabo Verde, Pedro Pires, que nos deu “Uma Perspetiva de África”.
 
De acordo com Pedro Pires “a União Africana vem contribuindo de forma persistente e fecunda para pensar a África de hoje e de amanhã, lançar os seus fundamentos e desbravar novos caminhos”, acrescentando que África, sendo diversa e heterogénea, constitui um importante recurso político. 
 
    
 
Os estados africanos deverão juntar forças e construir os projetos necessários para um futuro sólido e consistente, acrescentando que “o percurso feito pelos Estados africanos soberanos não tem sido fácil, nem tem apresentado os êxitos esperados”, reconhecendo que estes processos são complexos e com múltiplos obstáculos.
 
De acordo com Pedro Pires existe uma “viragem na conjuntura económica e financeira mundial, iniciada há cerca de dois anos, marcada pelo abrandamento do crescimento das economias chinesa, europeia, pela crise brasileira e de outros”, levando a que as lideranças africanas sejam “chamadas a repensar e reelaborar as políticas económicas e a lançar as bases da sua transformação estrutural”, “pensar no modelo de desenvolvimento potenciador da via geradora da transformação estrutural económica e social pretendida” e “elaborem políticas e medidas que considerem uma prioridade e elevem o seu desempenho”. 
 
Reconhecendo as “riquezas e potencialidades africanas” em “recursos energéticos fósseis”, “potencial hidroelétrico” e “outras fontes energéticas renováveis”, é também imperioso e “evidente a necessidade inadiável de formação e capacitação dos numerosos recursos humanos, exigidos pelos processos complexos de desenvolvimento e de transformação das economias e das sociedades africanas”, acrescentando a importância das novas tecnologias de informação e de comunicação, assim como o lugar dado aos diferentes sistemas de ensino na “formação do capital humano”.
 
  
 
O papel das instituições estatais foi outro dos aspetos que Pedro Pires realçou, salientando que deverão funcionar de “forma eficiente e eficaz” e que garantam a “defesa e a integridade nacional, a segurança e a paz interna, protejam a segurança dos cidadãos”, fornecendo serviços com melhor qualidade. “Este tripé virtuoso, “Paz, Segurança e Estabilidade”, é um bem comum e universal que requer que seja construído e garantido por todos e para todos”.
 
Pedro Pires finalizou dizendo que “estando numa Assembleia Geral da UCCLA, não podia deixar de me referir às tarefas maiores, que esperam as lideranças das suas associadas africanas, decorrentes do forte êxodo rural e da urbanização acelerada das populações africanas, o que obriga a ter que antecipar as suas consequências e adotar políticas adequadas e eficientes nos mais diversos domínios da vida urbana. Bem-haja a UCCLA!”. 
Porto, Portugal
Assembleia Geral da UCCLA
Publicado em 03-06-2016

18 de março de 2016

Eu MORO no BRASIL e quero uma PÁTRIA


Estamos diante de uma encruzilhada política. Assim como na vida, os caminhos se dividem em muitas pequenas veredas. Indignado com as minhas próprias escolhas do passado, já me decidi e tomei meu rumo, sem todavia deixar pra trás o caráter e a alma. Observador dos pequenos incidentes que se avolumam, aqui e acolá, tenho de dizer publicamente que respeito as escolhas alheias. Respeito meus amigos petistas, ainda que muitos, a meu ver, estejam apenas defendendo suas crenças com medo de um mal absoluto - a desilusão ideológica. Entretanto, não aprovo listas de perseguição. Não aprovo igrejas ou comitês queimados. Repudio as agressões e os vitupérios ensandecidos de qualquer das partes conflitantes. Só celebraremos algum ganho social se sairmos desse labirinto melhor do que entramos. Sem sangue nas mãos, sem ódio nos olhos, sem fraudes, sem culpas. Limpos. Puros. Sem palavrões e cartas de ameaça. Eu MORO no BRASIL e quero uma PÁTRIA e não um campo de concentração ou uma trincheira. Quero ganhar sem perder a ternura. Sigamos, juntos. 
(Marcelo Américo, Advogado e Licenciado em Letras)

3 de março de 2016

LÍNGUA PORTUGUESA ENTRE DESRESPEITO E IDEOLOGIA - O PORTUGUÊS NÃO É DE PORTUGAL NEM DO BRASIL ELE É A ALMA DA LUSOFONIA


MEC brasileiro pretende acabar com a obrigatoriedade da Literatura portuguesa: de Cavalo para Burro?
Por António Justo  
Quem tocar na língua deve fazê-lo com respeito e de forma moderada porque ela é a alma da cultura, a água límpida que dá forma mais ou menos física à cultura de um povo. O Português não é só forma e meio de expressão de um povo, de uma região, de um país ou de um continente, ele é a a alma e  expressão sublime de muitos e nobres povos que formam uma civilização intercultural interoceânica e intercontinental - é um idioma onde os diferentes génios de povos se miscigenam no sentido da evolução cultural e civilizacional. Seria ofensor do Português querer vê-lo reduzido a um lago ou país, ou mesmo a um mar ou continente, quando integra nele a experiência de vida dos diferentes continentes, sendo ele um mar aberto de águas interoceânicas.
Constituiria um acto de infidelidade e falta de brio, uma falta de autoconsciência querer apoucar-se o Português a uma terra maninha ou baldio incultivo, querê-lo uma árvore sem raízes ou reduzi-lo a simples coutada de alguém. O Português, como a água tanto rega os baixios da favela como os lugares altos do país e da civilização. No seu todo é que a língua é grandiosa, na rica expressão multiforme e na sua capacidade de diferenciação. O português não é de Portugal nem do Brasil; ele é teu e meu, é de todos, como o céu é das aves onde todas voam e se encantam. O português quando ouvido lembra diferentes melodias de variadas intonações. Ele é como a terra mais virgem ou mais elaborada, uma intercultura a proteger-se tal como uma terra indígena a defender-se.
A notícia de que “A Literatura portuguesa deixa de ser obrigatória no Brasil” (1) deixou-me perplexo e desiludido tal como a mutilação da língua, no que toca ao acordo ortográfico.



21 de fevereiro de 2016

O Globalismo do Pensamento jesuíta expressa-se na Utopia do 5° Império – O Marquês de Pombal com a Maçonaria organiza uma Guerra de Morte contra os Jesuítas


A qualidade da pedagogia jesuítica foi marcante nos países da lusofonia. No livro “Gangorra ou História triste” pode constatar-se bem o método jesuítico de educação num episódio descrito por um jesuíta (1)num parágrafo que trata das relações entre espanhóis e índios: Um jesuíta que assistia a um índio maltratado mortalmente pelos espanhóis perguntou ao índio: -“Você prefere ser salvo e ir para o céu, ou recusa a salvação para ir ao inferno?” A essa questão de resposta aparentemente óbvia… o moribundo vermelho responde com outra pergunta: -“existem espanhóis no céu?”. –“Sim, certamente” – responde o jesuíta. –“Para o Inferno”, responde o Índio. O índio colocado numa perspectiva de céu e de inferno não encontrava razões para convicções e deste modo o jesuíta com o seu método coloquial aproveitava para condenar, indirectamente, a governação espanhola. A pergunta abre a possibilidade de alargar o leque de perspectivas e de entrar em relação alargada.
Os Jesuitas nos seus colégios da América do Sul e da Ásia seguiam no ensino superior o modelo de ensino da Universidade de Coimbra e de Évora preferindo o modus parisiensis ao modus italicus: o ensino era gratuito, no secundário estudava-se Gramática, Humanidades e retórica e no Ensino Superior: Artes, Ciências, Dialética, Filosofia e Teologia (2)
Os jesuítas despertavam a desconfiança dos governantes devido à influência política e educativa que tinham e, por, nas colónias, se colocarem ao lado dos indígenas (criticando os colonos). Com o seu relativismo na argumentação, questionador do argumento de autoridade, também frustravam o espírito absolutista dos poderosos da europa; por outro lado tinham demasiado poder causando sombra ao poder laico que se procurava afirmar e institucionalizar contra a influência do poder religioso.
O enciclopedismo e o iluminismo eram de tendências anticatólicas e anti-jesuítas atendendo também a que estes eram os críticos mais sistemáticos do protestantismo. A Reforma religiosa e as guerras de religião levam os Jesuítas a centrarem-se no essencial. Surgidos do espírito da Reforma da Igreja Católica, apostavam na educação para fomentar uma consciência humana não limitada ao religioso nem à ideologia, (Interessante que já o Padre Manuel da Nóbrega queria, no Brasil, incluir escolas para meninas no ensino, mas a Coroa não estava à altura de permitir tal exigência); entendiam-se como pioneiros da utopia na realização da civilização cristã. Tinham um ensino orientado para elites e para cargos do poder. Praticavam a inclusão de culturas, de camadas sociais e de disciplinas… como processo de aprendizagem competitiva tinham exames e debates públicos (3).
Pombal acusava a atuação dos jesuítas com os indígenas do Brasil; segundo ele, os homens brancos eram apresentados aos índios como maus, como mais interessados no ouro do que qualquer coisa e, mais grave, prontos para atrocidades” (4).
 A maçonaria, na sua qualidade de iluminismo esotérico, e de organização secreta que considera o próprio preconceito acima de outros preconceitos institucionais, estrutura-se infiltrando-se nas estruturas do Estado e Universidades, procurando controlar as elites, para, deste modo, direccionar os destinos das nações. A maçonaria ganha expressão concreta no déspota iluminado, o Marquês de Pombal. Este aliado à sua família e correligionários difama os jesuítas, persegue-os, nacionaliza os seus bens e expulsa-os do império lusitano, declarando-os como "ímpios e sediciosos"; conseguiu que a inquisição os perseguisse e expulsou-os de Portugal; no ano da sua expulsão (1759) a ordem jesuíta tinha 1698 membros em Portugal. “Em meados do século XVIII os colégios da Companhia de Jesus tinham, no reino, cerca de vinte mil alunos, numa população estimada em três milhões de habitantes… No Brasil, a primeira universidade criada é o Colégio dos Jesuítas da Bahia em 1550. Esta formou o ilustre António Vieira (ideia do 5° império). 
A luta maçónica contra a Companhia de Jesus é tão fundamentalista e cruel que só pode ser compreendida na rivalidade dos maçons que queriam conquistar as elites para si seguindo assim uma estratégia elitista de ocupação dos centros de elite em nível de instituições e de ocupação de lugares estratégicos da política. O que a maçonaria e o anticlericalismo pretendiam era aniquilar os jesuítas e o poder da Igreja Católica para os substituírem na influência; o que em parte conseguiram através de um republicanismo jacobino ainda hoje a actuar nas caves da República portuguesa e nos centros de deliberação da UE. A batalha decisiva de Pombal e correligionários era minar o mito de um Portugal ponta de lança da Europa cristã e instituir nas estruturas do estado e nas subestruturas dos partidos uma rede de irmãos da mesma ideologia que atravessa as instituições…
Também o ilustre jesuíta Teilhard de Chardin se refere ao conflito entre secularismo e religião, ente materialismo e espiritualismo: "Aparentemente, a Terra Moderna nasceu de um movimento anti-religioso. O Homem bastando-se a si mesmo. A Razão substituindo-se à Crença. Nossa geração e as duas precedentes quase só ouviram falar de conflito entre Fé e Ciência. A tal ponto que pôde parecer, a certa altura, que esta era decididamente chamada a tomar o lugar daquela. Ora, na medida em que a tensão se prolonga, é visivelmente sob uma forma muito diferente de equilíbrio – não eliminação, nem dualidade, mas síntese – que parece haver de se resolver o conflito (5)."
Na pergunta à pergunta relativiza-se a primeira e com a sequência pretende chegar-se à percepção do mistério e ao ser do Homem como processo aberto e à procura numa tentativa de solucionar problemas mediante perguntas e respostas. A Ratio Studiorum dos Jesuitas (1599) incluía a Contenda (debate) que levava à concentração no essencial (6).
Longe dos centros europeus do poder, na América do Sul e no Oriente, a pedagogia e o sistema de argumentação Jesuíta revelaram-se muito profícuos.

No Sermão da Sexagésima, o jesuíta António Vieira expôs o método do discurso: 1. Definir a matéria. 2. Reparti-la. 3. Confirmá-la com a Escritura. 4. Confirmá-la com a razão. 5. Amplificá-la, dando exemplos e respondendo às objeções, aos "argumentos contrários". 6. Tirar uma conclusão e persuadir, exortar. (por António Justo, Pedagogo e Teólogo)