30 de dezembro de 2014

2014 O ANO DA VIRAGEM PARA O INCERTO - UM ANO DE CRISES MÚLTIPLAS

Guerra na Europa - Terrorismo do Estado Islâmico pior que o Nazismo
António Justo
Se passarmos em revisão o ano 2014 notaremos que foi 
um ano de surpresas e mudança. A guerra também voltou à Europa.
Neste centenário da primeira guerra mundial com 18 milhões de 
mortos dá-se início aos vícios do século XX: Kiev, Krim, o inferno da 
Síria e do Iraque são o melhor exemplo disso e preparam uma nova 
era também na cena política internacional. Países fronteiriços da 
Rússia revelam-se como palco para motejo entre a Rússia e o Ocidente.
No Iraque e na Síria instala-se um estado de terror ainda pior que 
os de Hitler e de Estaline.Fenómeno novo preocupante e indicativo 
da globalização do terrorismo revela-se o facto de os terroristas 
islâmicos serem recrutados também das cidades de Estados de 
direito como a UE.
A Turquia (membro da nato) torna-se mais islamista e dá cobertura 
ao terrorismo sunita na Síria e no Iraque, a que os curdos resistem 
com a esperança de a História lhes vir a fazer justiça e lhes 
reconhecer posteriormente o direito à sua nacionalidade, ao estado 
do Curdistão. (Este será o próximo conflito!). A política internacional 
aceita a destruição de um estado antes multicultural como era a Síria, 
e em conivência com a facção muçulmana sunita (turca e saudita) 
contra a facção xiita (iraniana) aceita dividir a região em território 
sunita e xiita deixando também o problema do Curdistão para as 
calendas gregas. O ocidente apenas reage mas sem um conceito 
integral; a liga árabe não está interessada em consenso. A ONU 
reflecte a divisão dos estados e dos interesses.
A Alemanha prefere dedicar-se ao negócio económico e falar 
da solidariedade dos outros países europeus no que toca 
à distribuição dos refugiados. Entretanto cresce na Alemanha o 
desejo de participar mais activamente nas intervenções 
militares de conflitos mundiais. Isto significará o acréscimo de 
poder também militar não só da Alemanha mas também da Europa. 
Em 2014 cria-se a necessidade de intensificar o armamento. 
A Alemanha inicia uma nova política e a NATO forma uma nova 
tropa de reacção; a polícia e os serviços secretos de informação 
preparam-se para piores tempos ao constatar o terrorismo 
extra e intra muros. Por isso a Alemanha cala os casos de 
espionagem dos EUA na Europa.
O apoio russo aos separatistas do leste da Ucrânia (invasão) 
e a sua anexação da ilha krim na Rússia criam uma nova 
situação na Europa. A Ucrânia que tinha entregado as armas 
nucleares à Rússia em 1994 pensava, com isso, adquirir a 
sua independência e integridade territorial. A Rússia 
sente-se ferida nos seus interesses fronteiriços com a NATO 
e parece encetar um caminho imprevisível.
Sansões contra a Rússia provocaram uma crise económica 
na Rússia com consequências negativas também para a economia 
ocidental.
Putin considera a queda da União Soviética como “a maior 
catástrofe geopolítica do século XX”. Não aceita que as fronteiras 
da NATO se tornem as fronteiras da Rússia, o que vai levar a NATO 
à corrida às armas. Um caso bicudo de resolver também 
devido à falta de entendimento entre os países europeus. 
Os EUA espionam os amigos, porque consideram prioritários os 
interesses políticos, económicos e de defesa. A crise da UE vai-se 
arrastando.
Milhares de refugiados da guerra e da miséria morrem no 
mediterrâneo e muitos milhares encontram refúgio entre nós.
A sociedade não se encontra preparada sequer para 
reconhecer os perigos e conflitos que ela mesma anda 
a chocar. Tem medo de imaginar e analisar cenários 
possíveis porque muita da nossa inteligência política foi 
formada numa mentalidade polar ou da guerra fria.
Os cristãos tornaram-se nas maiores vítimas da modernidade; 
em cada cinco minutos que passam é morto um cristão. Hoje 
tornou-se moda atacar os cristãos. Até quando surge um 
comentário sobre o terrorismo árabe logo surge uma 
resposta desculpante ou desviadora do assunto para canto, 
com o argumento de que os cristãos também já perseguiram 
com a inquisição ou caça às bruxas. 400 milhões de cristãos 
encontram-se ameaçados e 100 milhões sofrem violência 
directa (massacres, aprisionamento, marcação das casas onde 
vivem cristãos com o nome nazareno, pagamento do imposto de 
cabeça – por cristão, como era costume durante a ocupação 
muçulmana da Península Ibérica, etc.) . As igrejas do ocidente 
não reagem porque se encontram preocupadas com problemas 
de umbigo e sob o pensar correcto que domina a imprensa e a 
política ocidental.
O Ano 2014 não será para esquecer pelas consequências das 
tragédias nele iniciadas ou acentuadas a nível internacional.
Portugal encontra-se ainda em estado de excepção dado 
estar submetido a um regime especial de poupança; a 
confiança do cidadão na política está de rastos, o combate 
à corrupção encontra muita resistência por parte de poderes 
enredados e instalados.
2015 não parece prometer muito, resta-nos a esperança.
António da Cunha Duarte Justo

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