6 de maio de 2013


Presenças incontestes de Agostinho da Silva e José Aparecido de Oliveira na CPLP
(Profª Drª Lúcia Helena Alves de Sá, Presidente da Casa Agostinho da Silva)

Na Dia da Língua Portuguesa e da Cultura Lusófona, a CASA AGOSTINHO DA SILVA
crê importante, por todas as razões históricas, fazer uma saudação ao “avó” 
e ao “pai” da CPLP, em respetivo: Agostinho da Silva e José Aparecido de Oliveira.
Será sempre inevitável recorrer a estas duas personalidades evidentemente lusófonas,
no sentido mesmo desta palavra significar o que tinham a ela determinado: 
fraternidade ecumênica que contribua para a maior humanização do resto do mundo.
É mister afirmar que foram eles, em suas áreas de atuações de expressão muito 
humanista, que avivaram relações diplomáticas, sobretudo, as estabelecidas entre os 
povos africanos, as que resultam de afinidades entre nós e, afirmaram, como 
consideravam indispensável e da maior relevância, o fortalecimento 
da CPLP — uma organização internacional única, concebida na 
unidade linguística e, por extensão, nas interinfluências culturais.
Enquanto Agostinho da Silva foi, como bem faz lembrar o 
Embaixador Jerónimo Moscardo, “quem traçou todo o programa da 
nossa política para África e Ásia” desde a fundação do CEAO, 
na Ufa dos anos de 1950, e durante o curto período do governo do 
Presidente Jânio Quadros; Aparecido, sob inspiração agostiniana, 
foi o grande obreiro da constituição da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa,
pois a ele se deve, quando Ministro da Cultura do Governo Sarney, 
a organização de Encontro de Chefes de Estado de todos os países 
de língua portuguesa (ainda sem Timor) no qual foi aprovado, 
em São Luís do Maranhão, em 1989, o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP)
 que antecedeu a CPLP. José Aparecido foi o grande institucionalizador, em 1996, 
da CPLP quando era Embaixador em Lisboa e o Mário Soares era Presidente da República.
Portanto, façamos valer no Dia da Língua Portuguesa e da Cultura Lusófona a convicção
 do professor Agostinho da Silva e do ex-Embaixador José Aparecido de Oliveira de 
que o Brasil, após a consciência e o reconhecimento de suas raízes africanas, seria 
o motor da afirmação do mundo de língua portuguesa, sobretudo, em uma nova 
reconstrução civilizacional.
O ideal de Agostinho e de José Aparecido em grande parte foi concretizado, mas, 
ainda precisa tratar do passaporte lusófono que ajustará e reforçará a CPLP como 
bloco econômico, dando muito maior circulação de pessoas e bens, em benefício 
dos seus povos e de sua afirmação no contexto internacional no qual se 
assentarão cooperações significativas a barrar políticas-financeiras perversas.
Para além de todas as idealizações que Agostinho e Aparecido nos legaram, 
devemos mesmo é colocá-las em ação. O Mundo da Língua Portuguesa e 
Cultura Lusófona faz-se por meio de “pensamento e ação”. 
Nisto está o essencial da força de nossa destinação. 
Urge cumprí-la à maneira da “alma oceânica” agostiniana e nos 
dispormos a “lançar estacas na lua” como fez a sábia inteligência 
amorosa de José Aparecido de Oliveira.

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