31 de agosto de 2012

AGREGAR

“Não Matarás”: não basta. Teu mandamento será este: farás tudo para que o outro viva. É vero sim o que quero: não me importa o estoque de teu capital, Brasil, mas tua capacidade de: amar lavrar aspirar compreender. Esse estatuto de miséria não é o nosso, e a tecnologia da última geração não me sacia: meu coração navegador quer mais. A Ética – cuspida, debochada, no reino do simulacro, Virou produto supérfluo porque não tem valor contábil. Tempo dessacralizado e sem utopia: a esperança é um cavalo cansado? A aventura acabou no mundo? Seremos apenas meros grãos de areia na imensa praia global? Habitantes de um mundo virtual neste mercado sem cara? Soará pomposo, eu sei: não deixemos que nos amputem a alma (e que acolhamos o outro). Ser gente: não mera massa abúlica, informe, com os olhos colados no retângulo luminoso de todas as noites. O tempo é apenas dos alpinistas sociais? Sou bom porque apareço, não apareço porque sou bom. Na internet a solidão é planetária., mas do abismo – fragmento – irrompe um menino eterno, e sentes o cheiro de uma manhã fundadora. (A Morada do Ser é mais importante que o poder/glória.) E o poema resiste, singra a eternidade, despista a morte, seu estatuto não é mercantil. Já não esqueces o essencial: Na estrada de pó e de esperança, acolhes o outro. *Este texto obteve o Primeiro Lugar no Concurso Nacional de Poemas, promovido pela Associação de Cultura Luso-Brasileira, de Juiz de Fora, Minas Gerais, sendo contemplado com a Medalha de Ouro “Jacy Thomaz Ribeiro.” O tema do concurso foi “Solidariedade: Por um Mundo Melhor.”

30 de agosto de 2012

Agostinho da Silva


“O Portugal de que tratam em geral nossos economistas

(…) já está realizado e com um êxito político de que

é o Brasil segunda prova; juntar numa unidade

permanente dois países tão distintos um do outro

como o Norte e o Sul, fazendo dela a nação mais antiga

da Europa e provando, pela tarefa pronta,

a capacidade de outras unidades que

estarão no futuro, foi o primeiro grande

feito dos portugueses, herdeiros aí do génio

romano para a agregação e a paz”

Agostinho da Silva (http://img.youtube.com)
Agostinho da Silva (http://img.youtube.com)
“O Portugal de que tratam em geral nossos economistas (…) já está realizado e
com um êxito político de que é o Brasil segunda prova; juntar numa unidade
permanente dois países tão distintos um do outro como o Norte e o Sul,
fazendo dela a nação mais antiga da Europa e provando, pela tarefa pronta,
a capacidade de outras unidades que estarão no futuro, foi o primeiro grande
feito dos portugueses, herdeiros aí do génio romano para a agregação e a paz.”
Educação de Portugal
Agostinho da Silva

É certo que os portugueses estão sempre prontos a buscarem e a realçarem
os defeitos da sua Nação… e esquecem frequentemente que somos um dos
países mais antigos da Europa, com fronteiras mais antigas e estáveis
(excluindo esbulho espanhol de Olivença) e um dos raros países médios
(em critérios demográficos e económicos não somos nunca um “pequeno país”)
que têm o seu espaço físico conforme a uma só e mesma nação, cultura e língua.
Portugal consegue assim vários plenos e a esta acumulação notável há ainda que
somar dois grandes milagres unicamente portugueses: o facto de erguido
solidamente um dos maiores países do mundo, o Brasil e o facto de ser
um dos raros Estados-Nação da Europa que, além de tudo o mais,
conseguiu o feito notável (e hercúleo…) de resistir a essa grande centrifugadora
de povos que foi a Espanha e manter-se livre e independente
dessa grande “império” castelhano ibérico.

25 de agosto de 2012

Que dizem deste artigo do SOL?



Portugueses no Brasil alertam os novos imigrantes que podem encontrar
vários problemas na busca de oportunidades no país, sobretudo no que
diz respeito à regularização de sua situação e à burocracia pesada.
"Em Portugal, passa-se uma informação muito errada de como funciona o
mercado de trabalho no Brasil, repetem-se os mesmos chavões de que o
país é um bom mercado por excelência, mas para todos os efeitos, um
português no Brasil é um estrangeiro como qualquer outro", alerta
Marcelo Cerqueira, moderador do grupo "Novos Patrícios", que reúne
portugueses no Rio de Janeiro, na rede social Facebook.

Para o português, que está a abrir um negócio de importação de
vestuário, o maior problema para quem quer abrir uma empresa está na
morosidade do sistema brasileiro.

"Em Portugal, você cria a empresa na hora, basta apresentar os sócios,
o modelo do contrato social, e faz-se o registo. No Brasil demora uns
dois meses, se tudo correr bem, e ainda tem a figura do despachante
[profissional que faz a intermediação dos pedidos aos órgãos
públicos], o que aumenta os gastos", ressalta.

As dificuldades para conseguir um visto de trabalho estão entre as
principais reclamações, principalmente entre os jovens que fazem
intercâmbio em universidades brasileiras e querem ficar a trabalhar.

"O meu visto demorou cerca de 40 dias para sair, depois que chegou a
Brasília, fora o tempo que gastei antes. Mas dei sorte, tenho amigos
que não conseguiram, e as empresas desistiram de os contratar pela
demora", contou à Lusa o engenheiro José Queiroz, há dois anos no Rio
de Janeiro.

Para obtenção do visto de trabalho é preciso que a solicitação seja
feita pela empresa interessada, e não pelo profissional. A firma
precisa ainda explicar por que está a utilizar uma mão de obra de
fora, em detrimento da nacional.

Segundo os portugueses ouvidos pela Lusa, na maior parte dos casos, as
firmas brasileiras não estão habituadas a esse trâmite e voltam atrás
quando percebem a morosidade do processo.

"Só mesmo os grandes grupos internacionais estão preparados para
contratar estrangeiros porque já fazem isso todos os dias, já têm os
canais certos", afirma Cerqueira.

Queiroz, por sua vez, sublinha que o Brasil pode até ser o "El
Dourado" que se vende em Portugal, mas apenas para alguns setores.

"Não adianta ser formado em artes cénicas e vir para cá achando que se
vai arrumar emprego fácil. Há vagas em engenharia, mas até para outros
setores relacionados, como arquitetura, já é mais difícil", alerta.

Outra exigência para o visto de trabalho é um contrato mínimo de dois
anos, o que muitas vezes também desanima as empresas e dificulta a
vida de profissionais autónomos ou “freelancer”.

O português Pedro Silva, dono de uma empresa de incentivo à prática de
tênis no Rio de Janeiro, alerta ainda para o fato de a economia
brasileira estar começando a enfraquecer, como consequência dos
impactos da crise internacional.

"Não é preciso ser nenhum economista para perceber que um país em
crescimento como o Brasil não tem como não ser afetado pela situação
que a Europa e outros países estão a enfrentar, o país já começa a dar
sinais de fraqueza", constata.

O conselho de Silva para os portugueses que ainda pensam em tentar
oportunidades no Brasil é chegar com a mentalidade aberta, com
disposição para aprender e adaptar-se às exigências do país.

"É preciso ter humildade e vir de peito aberto, com vontade de
aprender o ‘modus operandi', não adianta chegar achando que já conhece
e sabe tudo porque fomos nós que colonizámos o país há 500 anos,
porque cada lugar tem suas regras", completa.

 Lusa / SOL

18 de agosto de 2012

1º Seminário sobre o imaginário LUSO-AFRO-BRASILEIRO



Em Brasília, de 10 a 12 de Setembro
Congratulo-me com a realização deste evento, que vai ser com certeza um passo importante na criação de uma verdadeira comunidade Luso-Afro-Brasileira e não só, pois a Lusofonia dos cidadãos, a verdadeira e não a dos Governos, já está na Galiza, Índia, China e Oceania e, por isso, dou disso notícia aqui e agora.
Antes de mais, cumpre-me felicitar os que meteram ombros a esta organização, pois o evento faz parte das comemorações dos 50 anos da “UnB” (universidade de Brasília), no qual se vão homenagear o ‘avô’ e o ‘pai’ da CPLP: Agostinho da Silva (português, filósofo e professor universitário) e José Aparecido de Oliveira (brasileiro, embaixador e antigo governante do Brasil).
Por isso, apraz-me destacar a "Casa Agostinho da Silva", sedeada em Brasília, e os seus parceiros: "Instituto Espinhaço", "Instituto Mukharajj" e a própria "UnB" (Universidade de Brasília), da qual o Professor Agostinho da Silva foi um dos fundadores. E se me é permitido, de entre os organizadores, destaco a incansável Professora Lúcia Helena Alves de Sá, discípula de Agostinho da Silva e principal dirigente da "Casa Agostinho da Silva".
De Portugal vai a colaboração do “MIL” (Movimento Internacional Lusófono) e da revista “Nova Águia”.
Bem hajam todos!
Jorge da Paz Rodrigues
(Lusófono vivendo em Barreiras, oeste do estado da Bahia)
Publicado em 18-8-2012 no blogue ‘JorgePaz’ do site www.sol.pt

15 de agosto de 2012

1º Seminário sobre o imaginário luso-afro-brasileiro


Essa é uma conquista de todos.  Foi dada a largada.  Vamos, juntos, caminhar para promover o primeiro de muitos encontros sobre a historia e geografia míticas do Brasil, Portugal e África.  Entrem no  nosso blog: http://imaginariolusoafrobrasileiro.blogspot.com.br

14 de agosto de 2012

Um discurso que nos convida à reflexão sobre o que é importante na vida enquanto por aqui andamos.
 

9 de agosto de 2012

Marina Silva: merecedora de aplausos


domingo, 5 de agosto de 2012

ALDO, O MUACYUÉRA-PUXY

.



O ministro do Esporte do Brasil, Aldo Rebelo, concedeu lá na Inglaterra entrevista coletiva aos jornalistas, que queriam saber porque ele havia sido tão deselegante e até agressivo com a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva pela participação dela na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Londres. Presentes os cronistas esportivos especializados em ginástica muacysáua,entre os quais Antônio Salieri, da Áustria; Dâmaso Salcede, de Portugal; Arão e Miriã, de Israel, Otelo e Iago, da Itália. Do Brasil, Zuenir Ventura e as coleguinhas Pitiápo e Dassuen.

Todos eles chegaram à meia-noite na charneca do Condado de Devonshire, no sudoeste da Inglaterra. Seguiram fielmente as orientações de Nelson Rodrigues, que propôs trocar aquela entrevista duvidosa feita habitualmente pela mídia, onde "o sujeito esconde o que pensa ou sente", pela entrevista imaginária, "a única técnica capaz de arrancar do entrevistado as verdades atrozes que ele não diria ao padre, ao psicanalista, nem ao médium, depois de morto". Foi admitida a presença apenas de uma testemunha, alguém que "não trai, não faz fofoca, nem comete inconfidências": um bode velho que substituiu a cabra vadia.

Efetivamente, na entrevista imaginária que concedeu na charneca, Aldo não impostou a voz, não fez pose, não representou, não tentou ocultar a verdade. Olhou seus entrevistadores como se fossem um espelho, sem cinismo, sem ironia, sem autocensura. Nada de ocultar a verdade. Foi aquilo que ele é: o Aldo nu e cru. Respondeu as perguntas com absoluta sinceridade, começando com a formulada pelo repórter italiano que trabalha em Salzburgo, Áustria.

Antonio Salieri (Salzburger Nachrichten) - O mundo inteiro reconhece a importância do trabalho ambiental de Marina Silva, que é a cara do Brasil. Isso foi motivo para alegria e orgulho de todos. Por que, então, tanta agressividade de V. Ex. diante do convite feito à ex-ministra para a abertura das Olimpíadas de Londres?

Aldo - Foi olho gordo mesmo! Mau-olhado! Quando a vi carregando a bandeira com os anéis olímpicos, ao lado do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, escolhida junto com mais sete celebridades, não suportei. Tive febre, meu corpo amoleceu, fiquei irritadiço, deprimido. Deus, se existisse, não daria a uma acreana aquilo que negou a esse pobre alagoano! Fiquei roendo de inveja. Essa é a verdade.

Dâmaso Salcede (A Bola) - Por pura inveja, um personagem de Eça de Queiroz, no romance "Os Maias", um "moço gordo e bochechudo", se infiltra na casa das janelas verdes e imita Carlos da Maia, belo, inteligente, nobre e culto, "com uma minuciosidade inquieta", se veste como ele, faz a barba como ele, querendo ser como ele em tudo e por tudo. O ministro Aldo quer ser a Marina?

Aldo - Veja bem! Alguém já disse que os ataques de inveja são os únicos em que o agressor, se puder, prefere fazer o papel da vítima. Não vou mentir. É claro que eu gostaria de desfilar ao lado do Muhammad Ali e de vários detentores do Prêmio Nobel. Não poder fazê-lo foi como receber um golpe no queixo, um uppercut. Me senti nocauteado pela Marina, que é ex-ministra, não é mais, já foi, já era. Quem devia estar lá, era eu, que sou ministro do Esporte e não ela.

Iago com o fotógrafo Otelo  (Gazeta Dello Sport) - Afinal, quem é o Aldo? Jeová se apresentou a Moisés dizendo: "Ego sum qui sum", eu sou aquilo que sou. Quando Shakespeare escreveu "O Mouro de Veneza", escolheu a inveja para desenhar o mais perverso e intrigante vilão da literatura, um invejoso, perverso, o próprio demônio, que se auto-define "Eu não sou o que sou". Aldo Rebelo é aquilo que é ou não é o que é?

Aldo - Sou muitos. Já Marina é o que eu ainda vou ser, mas ainda não sou: ex-ministro. Sou o criador do Dia Nacional do Saci-Pererê, o projeto conhecido como "Halloween é o cacete!". Sou o criador do Pro-Tapioca que obriga usar farinha de mandioca no pão. Formulei o projeto que proíbe usar palavras estrangeiras. E a dona Marina, que veio lá do Seringal do Bagaço, quem é ela? O que fez? Francamente, não entendo tanta admiração que vocês, a aristocracia e as casas reais da Europa sentem por ela!
Miriã com o fotógrafo Arão (Sporting Life) - A Bíblia ensina que a inveja é uma armadilha do capiroto. Os dois irmãos de Moisés, com o coração cheio de ressentimento, atacam a própria cunhada Zípora. Por isso, Jeová os castigou. Não é mais recomendável, no lugar da inveja, procurar saber qual  papel Deus deseja que o ministro Aldo desempenhe em Sua obra?

Aldo - Conversa fiada! Que Deus que nada! Quem convidou Marina para desempenhar esse papel não foi Deus, foi a Rainha da Inglaterra, assessorada pelo canalha do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), com o apoio do crápula do Ban Ki-Moon. Não podemos determinar quem as casas reais escolhem, fazer o quê? Mas não meta Deus nesse história. Deus é uma ova! Não acredito em Deus, sou materialista.

Zuenir Ventura (O Globo) - O ódio espuma. A preguiça se derrama. A gula engorda A avareza acumula. A luxúria se oferece. O orgulho exulta. Só a inveja se esconde. Por que o senhor tornou público e escancarou o mal secreto, esse sentimento que costuma sempre ser dissimulado por todo mundo.

Aldo - Vocês precisam conscientizar que a inveja é uma função natural da vida, como a respiração, o medo, o prazer, o ciúme. Não é necessariamente algo patológico. Inveja é humano. Eu sou humano. Todo mundo sente ou já sentiu inveja. Numa entrevista imaginária, eu posso ser sincero, assumir que a inveja é a admiração torta sem esperança. Sabe, no fundo, eu gostaria de ser a Marina, de ter o reconhecimento nacional e internacional que ela tem.

Dassuen (Diário do Amazonas) - Aldo já foi vitima da inveja de alguém?

Aldo - Nunca fui invejado. Minto, só uma vez quando estudava no Colégio Agrícola Floriano Peixoto, em Satuba (AL). Fiz um queijo coalho que nem comunista botava defeito e que foi muito elogiado no Festival do Mocotó e na Festa de Nossa Senhora da Guia, padroeira de Satuba. Mas a gente sabe que alguém que fala não inveja quem também fala. Só o mudo inveja quem fala.     

Pitiápo (Diário do Amazonas) - Ministro, queremos saber sua opinião sobre uma história que circula no Alto Rio Negro. Quem nos contou foi o amigo Manoel Moura, um índio Tukano, escritor, que faz 60 anos no próximo dia 10 de agosto. Ele lembra que três vagalumes - Cuisi, Uiuári e Oán - foram perseguidos por uma cobra, a Iararacussu, que matou dois deles. O terceiro, Oán, depois de perseguido durante vários dias, já cansado de fugir, parou e negociou com a cobra:

- "Posso te fazer três perguntas?". A cobra concordou.
- "Por acaso, você come vagalume? Faço parte de tua cadeia alimentar?"
- "Claro que não".
- "Já te fiz algum mal na vida?".
- "Nunca".
- "Então por que queres acabar comigo?".
- "Por que não suporto de te ver brilhar".      

Ministro, gostaríamos de ouvir seu comentário sobre essa história.

Aldo - A única coisa que tenho a declarar é que a muacysáua é uma tiputy e eu sou mesmo ummuacyuéra-puxy. Mas pelo menos digo isso sem usar estrangeirismos, em Nheengatu puro, a primeira língua dos brasileiros.
O bode velho, que assistiu calado toda a entrevista, calado permaneceu.  

P.S. Glossário extraído do Dicionário Nheengatu-Português de Stradelli:
muacyuéra-puxy - invejoso (pg.238).
muacysáua - inveja (pg.238)
tiputy - merda (pg.260)

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José Ribamar Bessa FreireDoutor em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2003). É professor da Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-Rio), onde orienta pesquisas de mestrado e doutorado, e professor da UERJ, onde coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas da Faculdade de Educação. Ministra cursos de formação de professores indígenas em diferentes regiões do Brasil, assessorando a produção de material didático. Assina coluna no Diário do Amazonas e mantém o blog Taqui Pra TiColabora com esta nosssa Agência Assaz Atroz.

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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

8 de agosto de 2012

Eduardo Galeano

 Entrevista com  Eduardo Galeano 10 de Maio 2012 RTP2
(legendado em Português)>


http://www.youtube.com/watch?

v=dSCahR30mDA

4 de agosto de 2012

para reflexeção e ação


Relembrando passados que não se apagam


Foi há 50 anos que um comando liderado por Palma Inácio desviou um avião comercial da TAP e lançou sobre Lisboa milhares de panfletos antifascistas

A Associação Promotora do Livre Pensamento vai celebrar, no próximo dia 10 de Novembro, os 50 anos da “Operação Vagô”, o nome do golpe revolucionário liderado por Hermínio da Palma Inácio que desviou um avião comercial da TAP e lançou sobre Lisboa e outras cidades nacionais mais de 100 mil panfletos de oposição ao regime de Salazar.


Lisboa, 3 de Novembro de 2011 – A Associação Promotora do Livre Pensamento vai organizar, no próximo dia 10 de Novembro, um Jantar/ conferência comemorativo dos 50 anos de uma das mais importantes e arrojadas acções da oposição antifascista em Portugal: o desvio de um avião comercial da TAP com destino a Casablanca, golpe liderado por Hermínio da Palma Inácio com o objectivo de lançar sobre algumas cidades portuguesas, nomeadamente Lisboa e Faro, mais de 100 mil panfletos contra o regime salazarista. O jantar/ conferência contará com a presença de alguns dos participantes no desvio do avião, que 50 anos depois recordarão os momentos mais intensos que viveram durante a denominada “Operação Vagô”, que ficou para a história como o primeiro desvio de um avião comercial de que há registo.

No dia 10 de Novembro do ano de 1961, um comando de antifascistas portugueses apoderou-se do avião CS-TLF, Lookheed 1049-C da linha da TAP Lisboa/ Casablanca. O comando era constituído por Hermínio da Palma Inácio (38 anos), Camilo Mortágua (27 anos), Amândio Silva (23 anos), Maria Helena Vidal (21 anos), Fernando Vasconcelos (21anos) e João Martins (26 anos).

O avião descolou do Aeroporto de Casablanca, em Marrocos, às 9h15. Pelas 10h, 45 minutos depois de ter levantado voo, Palma Inácio e Camilo Mortágua irromperam armados na cabine de comando, onde se encontrava o piloto no seu posto de navegação. Intimaram-no a obedecer-lhe, declarando-lhe que pretendiam sobrevoar a baixa altitude Lisboa, Barreiro, Beja e Faro e lançar sobre estas cidades panfletos contra o regime. O destino final seria Tânger, onde pediriam asilo político às autoridades Marroquinas.

O comandante Marcelino, que pilotava o avião, bem como toda a tripulação, cumpriram rigorosamente as instruções de Palma Inácio, chefe do comando, garantindo a segurança do avião e dos passageiros. Os passageiros só se aperceberam da situação quando o avião aterrou em Tânger e foram informados por Amândio Silva, membro do comando, que “acabaram de participar numa operação contra a ditadura”.

Na opinião do professor Luís Vaz, presidente da Associação do Livre Pensamento, “este acontecimento histórico insere-se no contexto da luta anti-fascista e secunda outras intervenções levadas a cabo pela oposição democrática, nomeadamente o ‘Movimento da Sé’, em 11 de Março de 1959, ou o assalto ao paquete "Santa Maria", em 23 de Janeiro da 1961, que marcaram o princípio do fim do regime ditaturial. A APLP, que tem como fim a sensibilização de actos cívicos junto dos cidadãos e dos poderes democráticos instituídos, não pode deixar de comemorar o 50º aniversário de um acontecimento que contribuiu decisivamente para restituir ao Povo português os seus direitos de cidadania.”

Para além da presença como orador do professor Luís Vaz, o jantar/  conferência contará com a importante presença de Camilo Mortágua, Amândio Silva e João Martins, três dos heróis antifascistas que participaram, há 50 anos, no desvio do avião CS-TLF. O evento terá lugar no dia 10 de Novembro, pelas 20 horas, no restaurante “Forno do Alfarrabista”, situado no Beco dos Cavaleiros, perto do Martim Moniz.

3 de agosto de 2012

1ª Conferência de Física da Comunidade de Países de Língua Portuguesa

No seguimento da 1ª Conferência de Física da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CF-CPLP) realizada em Maputo, vai ter lugar no Rio de Janeiro de 10 a 12 de Setembro de 2012 a sua segunda edição.

Convidamos toda a comunidade de física a submeter resumos e a participar nesta nova edição da CF-CPLP, aproveitando a celebração do Ano de Portugal no Brasil, evento oficial que se inicia em 7 de Setembro de 2012 (http://anodeportugalnobrasil.pt/). A CF-CPLP é um espaço por excelência para promover contatos e iniciar ou consolidar parcerias com colegas da CPLP.

A data limite para a submissão de resumos é dia 15 de Julho. As restantes datas poderão ser encontradas no sítio.

Gostariamos ainda de solicitar que divulgasse a potenciais interessados o teor deste email. Dependendo do financiamento obtido irão ser disponibilizadas um conjunto de bolsas para suporte à viagem de alunos de doutoramento e pos-docs.

Mais informação poderá ser encontrada em http://www.sbfisica.org.br/cfcplp/

Acordo Ortográfico


Modo geral na sociedade portuguesa, o acordo ortográfico somente será “obrigatório” a partir de 2015, mas no Estado os funcionários terão que adoptá-lo a partir de 1/1/2012!!!

Sites com conversores/verificadores para o acordo ortográfico:




Para este último, é só clicar no link e depois escolher  Office 2010 ou Office 2007, de acordo com o programa que tem instalado no PC.
Depois é seguir as instruções: aceitar, transferir, continuar... etc.

Sites sobre o acordo ortográfico: