10 de junho de 2012

Centenário de nascimento do escritor Jorge Amado




Em 2012, comemora-se o
centenário de nascimento
do escritor Jorge Amado
(1912-2001).
Muito já se falou sobre ele
e sobre a data.
Serei breve.
Quero reportar-me
às tradições baianas,
que são o alimento principal
das narrativas de Jorge.
Como observou Luna Almeida,
o culto dos orixás,
a descrição das festas,
danças, vestimentas
e saudações do candomblé
estão presentes nos seus livros,
desde o instante em que ele
foi iniciado na religião.
Detinha de Xangô
acredita que Jorge
foi um dos grandes representantes
do candomblé
em todo o mundo.
“O homem morre, mas não
desaparece completamente:
ele é lembrado
por suas obras edificantes.
Foi o caso de Jorge Amado”,
afirmou.
O escritor Jorge Beniste
acredita que
os livros de Jorge Amado,
juntamente
com as obras do
artista plástico Carybé
e do fotógrafo Pierre Verger,
foram responsáveis por revelar
a grandeza do candomblé
e construir a história
das religiões no país.
“Sua contribuição foi

riquíssima e de
grande importância
para a cultura da Bahia”,
afirmou o escritor.
Alguns de seu romances
(principalmente os da primeira fase),
como “Terras do Sem Fim”,
serão sempre lembrados.
Muitos não sabem,
mas o Brasil deve ao escritor
o direito de liberdade religiosa.
Ele é o autor da lei
(da liberdade religiosa)
aprovada em 1945,
quando foi eleito
o deputado federal
mais votado no país, pelo
Partido Comunista Brasileiro (PCB)
– partido depois colocado
na ilegalidade.
No seu livro de memórias
“Navegação de Cabotagem”
– que está sendo reeditado pela
Companhia das Letras, escreve:
“Publico esses rascunhos
Pensando que,
talvez,
quem sabe,
poderão dar idéia
do como e do porquê.
Trata-se, em verdade,
da liquidação a
preço reduzido
do saldo das miudezas
de uma vida bem vivida.
Não quero erguer
monumento nem
posar para a história
cavalgando a glória.
Quero apenas
contar algumas coisas,
umas divertidas,
outras melancólicas,
iguais à vida.
A vida, ai,
quão breve
navegação de
cabotagem”.
(Emanuel Medeiros Vieira,
na Bahia, terra do
Amado Jorge...)


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