20 de dezembro de 2011

“Mas as crianças, Senhor, porque lhes dais tanta dor?!... Porque padecem assim?!...”

Nesta época natalícia e em plena crise, lembrei-me de citar uns versos do poema Balada da Neve, de Augusto Gil, que aprendi ainda em criança e que me parece adequado lembrar, quando tantos miúdos e os seus pais passam enormes dificuldades e até fome… e não se pense que é só em Portugal ou na Grécia, pois até é muito pior em muitos outros países, especialmente os Africanos, enquanto os magnatas e especuladores financeiros continuam, impávidos e serenos... até quando?

"...
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…
E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as 
crianças Senhor,
porque lhes dais tanta 
dor?!…
Porque padecem assim?!…”



Aqui ficam esses sublimes versos, cada vez mais atuais, como um grito contra a injustiça e apelando à solidariedade e fraternidade de todos nós, pois Natal é sempre que um homem quiser. Feliz Natal e um 2012 tão bom quanto possível para todos.
Jorge da Paz Rodrigues Publicado em 19-12-2011 no blogue ‘JorgePaz’ do site www.sol.pt Link: http://comunidade.sol.pt/blogs/jorgepaz/default.aspx

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