14 de dezembro de 2011

BARCO

Por Emanuel Medeiros Vieira




Tenho me convivido muito ultimamente e descobri com
surpresa que sou suportável, às vezes até agradável
de ser. Bem. Nem sempre”. (Clarice Lispector)

Nesta foto do tempo de criança/o que mais me encanta/não é
nossa alegria de infantes/mas a réstia de luz de uma manhã/brilhando
no chão de uma varanda// Ninguém apaga este sol que
nos chega da infância”. (Miguel Sanches Neto)



Meu barco me levará até o teu sonho.

Mapeio territórios, procuro bússolas, cartas de navegação.

Velas ao vento– singrando os Sete- Mares.

(Não quero ser o navegador do Apocalipse.)

O barco segue comigo – como o mar.

A vela só vale acesa.

E neste barco, penso em regatas e domingos azuis.

Voltarei a colher flores nas manhãs orvalhadas?

Vai, meu barco – esta jornada.

(Cantil cheio, pão de centeio.)

Segue, meu barco!

Segue.

Os veros viajantes estão no exílio?

Não quero só pranto – mas a redenção.

Navega com o meu barco – coração –, navega.

Alvíssaras!

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